The book IS NOT on the table

Se o livro não está em cima da mesa, aonde ele está?

Aqui em casa, os livros estão sempre ao alcance das pequenas e curiosas mãos de Mirela. Desde quando? Desde sempre. Mirela desde muito miúda foi acostumada a manusear livros, revistas e afins e nunca foi uma rasgadora compulsiva.

Mas a partir de quando começar a cultivar o amor pelos livros na criança? Bem, se você tem um recém nascido de 1 dia de vida e ainda não começou, já está atrasada! Como assim? Pesquisas mostram que desde a 20a. semana de gestação o feto já é capaz de ouvir sons externos. Portanto, começar a ler historinhas ao invés de apenas conversar com a barriga parece um tanto interessante, apesar de estranho. Quando eu ficava sozinha em casa (quer dizer, com Mirela ainda in utero), sentava na cama e me punha a ler historinha bíblicas para ela, como  A Criação, A Arca de Noé, A história de Moisés, enfim…Era meio esquisito, mas me achava o máximo fazendo aquilo.

Sempre que me perguntam o que dar de presente para Mirela, falam assim: “roupa ou brinquedo?”; eu respondo: “livro ou brinquedo”. Continuo achando brinquedo o melhor presente para se dar, ao lado dos livros. No niver de 2 anos de Mirela, ela ganhou 7 livros! Hoje, entre livros que ganhou e que compramos, entre os doados pelo Itaú em 2010 e 2011  ( www.itaucrianca.com.br ), entre livros elaboradíssimos cheios de firulas e livretos simples adquiridos em feiras ao preço de 50 centavos, entre os livros de banho e os de tecido, entre livro personalizado made by hand pela vovó Ivanete e bíblias infantis, entre os que estão propositalmente “esquecidos” na casa da avó e os que estão guardados para serem entregues em ocasiões especiais, Mirela está quase alcançando a marca dos 100 livros, certamente, bem mais do que eu mesma tenho. As últimas unidades foram 12 livros de uma coleção de histórias clássicas infantis escritas em forma de quadrinhos, comprados pela avó em viagem e que foram guardados com carinho para serem entregues quando ela estiver alfabetizada e puder ler sozinha. De brinde, ainda vieram 2 livros-travesseiros, já entregues.

O cantinho do quarto da que mais me orgulho é este aqui…

Quem conheceu o quarto de Mirela antes, sabe que este baú era um sofazinho aconchegante. Transformei-o na mini biblioteca de Mirela assim, acrescentando a peça que está na parede, que é uma prateleira porta pratos da Tok Stok (pasmem!), e dando charme com as obras primas que Mirela traz da escola, aparador de livros, fantoches e seu xilofone (que ela chama assim – x-i-l-o-f-o-n-e, com todas as letras).

As vezes, coloco o E.V.A. no chão do quarto, com almofadas coloridas e nós nos deitamos no chão para ler. Outras vezes, coloco os livros todos num baú de plástico, levo-os para a sala e ficamos sentadas no chão lendo e folheando-os. São verdadeiras farras literárias.

Não dá para ir para a cama sem uma leiturinha básica ou a leitura de um monte de livros; dependendo do horário a gente lê 3, 4, 5 livros..

O que eu espero com isso? Não imagino que só porque gosta de livros minha filha vá se transformar numa grande advogada ou psicóloga; quem sabe uma historiadora ou uma antropóloga… Não importa… O que eu quero é cultivar o mundo de sonhos e possibilidades que os livros podem nos oferecer durante TODA A NOSSA VIDA, os bons momentos proporcionados por uma boa leitura, as recordações dos primeiros livros lidos na infância… Eu tenho a recordação de livros que me marcaram a infância (o primeiro livro que li não me sai da cabeça: Panela de Arroz) e a adolescência (o livro em que viajei na imaginação: Ladeira da Saudade). Vou adquiri-los para dá-los a Mirela.

A escola é fator determinante para isto e um dos projetos pelo qual me apaixonei antes de matriculá-la, foi o projeto de leitura, em que as crianças tem contato com cerca de 80 livros ao longo do ano na escola, onde são trabalhados de diversas formas, inclusive com contação de histórias com as crianças sentadas num grande tapete colorido e apresentação de peças ao ar livre, e em casa, pois a cada sexta feira cada criança ESCOLHE (sim, os miúdos é que escolhem!) um livro para trazer para casa e ser trabalhado pelos pais durante o fim de semana. Pode ser até que ela escolha um livro repetido, caso tenha gostado; o mais importante é deixá-los à vontade para escolher entre os volumes. Eu fico esperando a semana inteira para ver o livro que ela trará na sexta… Ao final do ano, cada criança receberá um livro do projeto. Show!

Enfim, a dica é: tire os livros de cima da mesa, coloque-os à disposição do seu filho, sente-se com ele num cantinho gostoso, relembre as histórias lidas num passeio de carro, faça acontecer em sua casa o mundo mágico da leitura!