Porque tudo tem um lado B

Já cantei as glórias de ter colocado Mirela na escola e como estamos felizes com esta decisão – este é o lado A da história…Mããããããssssss, como tudo tem um lado B, lá vai…

Passado o período de adaptação na escola, eis que surge “decumforça” o segundo maior fantasma dos pais de filhos em início de vida escolar: as doenças que vem no pacote adquirido no ato da matrícula.

Explico: a pequena criança aqui de casa nunca foi de adoecer muito, assim, só coisa básica, simples e rápida e de forma bem espaçada. Agora, em sua sétima semana de aula, creio que já adoeceu mais do que em todos os seus 2 anos inteiros.

Tá bom, tá bom, eu já sabia que isso poderia iria acontecer, afinal Mirela não é diferente de nenhuma outra criança da idade dela, e está sujeita às mazelas infantis. A pediatra avisou, as avós avisaram, as amigas avisaram, o dr. Google avisou, todo mundo avisou.

Mas o fato é que optamos em expôr Mirela a vírus e bactérias agora, aos 2 anos, em troca de vê-la em pleno desenvolvimento social, emocional, cultural e intelectual. Não consigo imaginar Mirela trancafiada em casa por mais 1, 2 ou 3 anos esperando uma idade mais avançada para colocá-la na escola. Ela é esperta demais para viver apenas entre as 4 paredes do saudável (nem sempre) e adulto seio familiar.

Minha pessoa não sofreu com essas doencinhas infantis adquiridas na escola… Isto provavelmente porque eu entrei na escola simplesmente aos 5 anos de idade, completando 6 no meio do ano. Até os 4 anos fui criada no meio de adultos e depois dos 4 tive que aprender a ser uma adultinha porque chegaram minhas duas irmãs gêmeas e eu, bem eu já estava criada…Então, prioridade para os cuidados com as duas que chegavam, o que óbvio.

Outros tempos, eu sei. Naquela época, entrar na escola tarde não era incomum, mas hoje em dia, é inaceitável esperar até os 5 para que a criança comece a estudar…Nem se cogita esta possibilidade! Entrar tarde na escola talvez não tenha me prejudicado intelectualmente, afinal sempre estive nos quadros de honra e até hoje acho que não faço feio. Mas penso que eu poderia ter sido mais criança se tivesse convivido com aqueles da minha idade desde mais cedo, mesmo que para isso eu tivesse que ser mais “catarrenta” ou passar por mais doenças do que passei. E eu vou te contar, não é porque era mais velha que as coisas foram mais simples (exceção para as doenças)! Lembro de ter passado alguns perrengues na adaptação, chorar no final da aula achando que minha mãe não iria me buscar, fazer xixi na sala por obedecer demais à tia, por pura ingenuidade…enfim, coisas pelas quais toda criança, seja qual for a idade, que pisar na escola pela primeira vez, poderá passar.

Tirando este lado B da escola – o de mandar para casa, junto com a tarefinha, uma carga de microrganismos que podem nocautear nossos pequenos, ir ao colégio é tudo de bom para uma criança. Ainda hoje, Mirela em seu segundo dia de quarentena por febre inexplicada durante 24h, sobe no meu colo, aponta para o carro na garagem e diz: “Mamãe, vamo!” “Pra onde, Mirela?” “Pra escola!” Ela ama aquele novo mundo, cresce um pouquinho a cada dia! E eu aqui preocupada com bactérias e vírus…